Eu, Pirata dos meus amores

Talvez eu seja como um Pirata em alto-mar

Um maléfico caçador das inspirações alheias

Surjo de repente das névoas

Ora com as velas arriadas

Uma nau em pedaços

Consumido por um destino ensandecido.

O Tempo sacia-se com os meus pensamentos arredios

Deixa o meu corpo em frangalhos

Os olhos vendados

Ora parecendo um barco veloz

A toda singrando os corações alheios

Em busca de ouro e prata

Pilhagem de amores é o meu destino

Vivo com o vento nordeste trazendo perfumes

Vivo na noite, vivo o dia.

Durmo com as gaivotas em meus sonhos

Acordo com os albatrozes em meus pesadelos

Pouco sei de mim, apenas me basto

Tenho velas para fugas impossíveis

Assim são os meus versos

Pousam em ilhas solitárias

Casarões sombrios

Ninguém vê o meu partir

Engolido pela escuridão das madrugadas.

Deixo de recordação

A luz do lampião de estibordo

O barulho silencioso das minhas correntes

Em fuga para a liberdade do sol nascente

Achincalhando o tempo acima das ondas do mar.

E a bombordo o som forte das batidas aceleradas do meu coração.

Robertson
Enviado por Robertson em 12/12/2014
Reeditado em 12/12/2014
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