A VIDA DEPOIS DA FESTA
Fez-se uma festa galante
Quase havendo elefantes
Para ostentar a vontade
de não entrever o vazio
Houve banda, banquete e sorriso
Em embalagem de paraíso os corações apodreciam
Passou a festa, o barulho, a euforia
E viver o dia-a-dia
Foi tormento insuportável
O vazio bateu à porta
Na horta, cinzas de uma festa
E agora resta, desespero e agonia
Na linda casa vazia
Escutam-se vozes a amaldiçoar a tristeza
Culpando o sol, o céu e o mundo
Por desfazerem
Infantis sonhos de princesa
Nas paredes escutam-se gemidos
Não havia paraísos
Depois da festa
Havia a vida
A insuportável vida comum