Fungando rapé.
O que é que me fermenta, me cimenta, me revira,
faz a câimbra debandar, o céu tilintar,
meu peito fugir.
O que é que me descabela, me coalha,me enfurna,
desfolha.
O que é que não me cessa, nem me desculpa,
assume.
O que é que não me dorme, meu pouso de longe, minha voz de freira,
abrigo.
O que é que não me resvala, nem faz meu tempo ronronar,
deixa minha alma mais vagabunda.
O que é que não me escorre pelos olhos, não pede vagareza,
nem me faz trair meus pés.
O que é que não me desacata, para meu sonho no meio,
me volta cabisbaixo, surrupia o cantarolar fungando rapé.
O que é que não me diz, desculpa meu soco, filia minha dor,
afia as unhas de Deus.
O que é que me ferroa, espreita meu suor, espreme a última lágrima,
faz o apache manso, faz o fedor surtar, faz a latrina castelo da Rainha.
O que é que ninguém me afronha, ninguém me pragueja,
ninguém debanda, ninguém nada mais.
O que é que sinto nessas horas calafrias, nesses ventos
intrusos, nessas noites sem banhas saindo pelo vão dos meus ossos quebradiços.
que agora nada mais são, nada mais são.
------------------------------------------------
visite o meu site www.vidaescrita.com.br