Árvore que acolhe
Do alto tu vês a tamanha beleza
e de baixo suspira com a brisa
o que nos afasta é a frieza do vidro
é a incompreensão dos transeuntes
que á tua sombra guarda as mentes e as sementes vis
Não fazem frutos como d'antes?
Nem perfumes de flores como os de amanhã?
A fumaça das cidades abatem a tua vida?
As faces que te contemplam se abastecem do teu belo bailar?
Beijas árvore, as fumaças e olhas os teus amigos que atravessam as grandes avenidas, pois, não são eles que te regam?
Mas... ensinas também
à serem pacientes e brandos
por esperarem o brilho da aurora
e sentir a brisa companheira
e a sombra acolhedora
Por que o trabalho da semente é compensado com o regato de beleza que escorre dos teus galhos no meu olhar...