Fria esfinge
 

E mesmo perante o ser doente
Continua com sua postura
De fria esfinge... impassível...demente.
O olhar por entre os fios da tortura.
 

Fria esfinge a observar
 

Soergue-se, leva na mão o cetro.
DE imaginária deusa pagã
Zomba do ser esquálido, espectro.
De gente, deitado em seu catre... vida vã.
 

Fria esfinge a zombar
 

Alma volúvel... coração de pedra
A expurgar da alma o veneno
Do minúsculo verme que medra
Sem dó... piedade. Nada ameno.
 

Fria esfinge que envenena
 

De onde veio este esgar choroso?
Ou seria um esgar ardiloso?
Crédulo... aparentemente manhoso
Ou seria o prazer tortuoso?
 

Fria esfinge a enganar
 

Sabe lá... e veio do ser doente
Gerada... nascida...criada...amada.
Que agora jaz no fim... dormente
Sem soluço... Sua voz calada.
 

E a fria esfinge... em total beleza
Impassível... demente...ausente
Finalmente se vê feliz.

 
sandra canassa
Enviado por sandra canassa em 09/12/2014
Reeditado em 09/12/2014
Código do texto: T5063488
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