Da Colheita

Um dia, na hora mais afiada,

sentirei seu beijo como um corte;

e, antes que o medo me aborte,

nascerei do ventre da dor cortada.

No caminho, onde os pés da sorte

não conhecerão a justa estrada,

eu caminharei carregando nada

além de um íntimo passaporte.

Esperando pela minha chegada,

em uma dimensão sem sul ou norte,

estará o sentimento mais forte

que plantei na seara encarnada;

o que, de toda semente plantada,

tiver colhido, colhedora morte!

30-11-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 09/12/2014
Reeditado em 11/12/2015
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