MACABRO SONHO
MACABRO SONHO
Lindas fadas com roupas coloridas,
Todas tocando “Ballade pour Adeline”,
Tocam seus instrumentos mágicos,
Dançam sob a luz da primeira lua cheia.
Unicórnios pastam calmos sob o luar,
O corno reluzente sob o luar é um brinde.
Tudo parece uma estória tão surreal.
Estória saída dos alucinados baleados,
Baleados nas guerras e nas comunidades.
Oboés, clarinetes e tambores dão o dom,
O menino mortal dança com seres alados.
A música muda, mas a beleza é extrema,
Tudo são calmarias e belezas no mundo...
Um grito, um despertar pela violência,
Ter que trabalhar na doce infância da vida,
Fadas levam fechadas do serviço duro,
Unicórnios são descornados pela solidão,
O mundo encantado está morto atrás do balcão.
Resta a marcha fúnebre do cortejo de zumbis,
Das gárgulas negras frias e fedorentas,
Todos esfarrapados rodopiando ao som,
Musica de réquiem no acordeom desafinado,
Lágrimas das carpideiras tão treinadas a dor.
O menino perdeu um mundo para o outro,
O sangue e a crueldade estão em cada canto,
Num deslize da palavra dita errada pela dislexia,
Maldita dislexia e disfonia que agride e dói;
Faz o vermelho aparecer na face ardente.
Resta sangue no mundo secreto e encantado...
Resta o cheiro podre da morte da infância...
André Zanarella 16-10-2013