Poema Sem Nome
Queria te escrever um poema
Que expressasse o que sinto,
Mas não sei o que sinto , meu bem.
Talvez seja um amor temporão
Que nasce feito fruta do cerrado.
Perdoe a minha falta de clareza.
Mesmo depois de tanto tempo passado
Ainda não aprendi a ser exata.
Me declaro nas entrelinhas
Ou nuns versos rasgados .
Faço deste lugares
Meu confessionário
De coisas íntimas,
Tão íntimas quanto este amor recém-nascido.
Perdoe-me também por não saber que nome dar
a isto.
Nunca fui destes que têm maestria em nomear
O que sente.
Tudo que sei descobri recentemente:
Gosto de sua companhia pelas manhãs,
De vê-lo tomar café amargo,
Do jeito com que brinca com a comida na hora do almoço,
Do brilho do seu cabelo quando o sol bate,
Ou ainda, do som da sua risada quando está descontraído.
Seja isto amor ou qualquer outra coisa.
Deixemos as definições aos dicionários .
Não sei o que sinto (e nem preciso) !
Mas estou gostando de sentir.