É O SACY PERERÊ...
È O SACY PERERÊ...
No meio da mata fechada
Ele se esconde o dia inteiro
Lá é seu Lugar sua morada
Surge dentro da noite e é arteiro.
Beirando o rio fica a mata
Onde o sacy fez sua casa
Ninguém viu e ninguém passa
Andando não se vai e ninguém tem asa.
O rio Mutum tem muito peixe
Os pescadores pescam de dia
A noite talvez o sacy nem deixe
Se ele pega o pescador é uma agonia.
O preto é maldoso e cerca a pessoa
Pede fumo para encher seu cachimbo
Se tiver passa senão ele não perdoa
Faz cócegas e o coitado morre rindo.
O tempo todo o sacy assovia
Assustando quem mora por perto
Pouca gente fica foge a maioria
Porque o perneta é mau e esperto.
Cavalo no pasto não pode ficar
Montado no porco do mato
Ele vem para sua crina trançar
Ele assovia e grita eu ato e ato.
Onde o sacy é morador
Humano e bicho não vive
Ele é um vizinho assustador
E sempre quer o caminho livre.
De dia se ouve seu assovio
Mas o sol esconde o malvado
Ninguém o vê e procura um desvio
Mas parece que ele fica de lado
Meia noite na barranca do rio Mutum
Ele roda seu barrete vermelho
Se pega alguém grita peguei um
Quero fumo quero espelho.
Meninos aprendam o Credo rezar
Rezando talvez passem por lá
O Sacy Pererê da mata do azar
E do rio de água azulada lá estará.
Maria Aparecida Felicori {Vó Fia}
Nepomuceno Minas Gerais Brasil