Senhas Adversas
No sonho tudo vejo de verdade acontecer:
Mãos dadas, carícias, abraços fulgurantes...
Beijos profundos, sorrisos e dois amantes
Num carnaval que é a relação entre eu e você...
Na realidade o cotidiano é intenso climatério:
Você me xinga, chora, grita... é circo armado...
Tranca-se em si... Cada qual se vire pro seu lado
E a convivência é vela... Um silêncio de cemitério!
Entre o mundo real e o devaneio, prefiro a utopia,
Assim posso desabafar nos versos de uma poesia
E soterrar você nas catacumbas do esquecimento...
A solidão é aparente, pois, imaginar e criar é vida,
Saudade não é delinquência da existência rapariga,
Porém um arrebol íntimo que é tesouro e monumento!