Prisão de Alegorias
Brinco com as letras, as palavras surgem maciças.
Tomo do pincel para torneá-las em Semântica,
Mas muitas vezes somem rumo à Atlântida
E fico a decompor as sílabas com Prosódia
Para que não sejam fantasmas nem História
Em derredor do processo linguístico da Gramática...
Minha Estilística persuade-me a visitar a Fonética
Numa investigação parental à parede dos sons,
Contudo sinto-me envergonhado ao desnudar os tons,
Pois, tal procedimento constrange, via de regra, a ética...
Vejo-me obrigado a consultar os preceitos da Morfologia...
Onde se escondem os vocábulos dos torneios sintáticos?
Ah... Melhor mesmo descrever a ocorrência em Oratória
E aguardar que, arrependidas, as palavras sejam a Retórica
Que me embala nas entrelinhas de minha fantasia!