SILÊNCIO
Meu silêncio, às vezes, é pura poesia.
Mas também pode só ser o escutar.
Pode ser intenso grito de agonia,
Na mudez que se apresenta num olhar.
Pode ser um mar de amor... de sentimentos,
num lugar onde a palavra silencia...
ou um alto revoar de pensamentos,
traduzidos no calar de mais um dia.
Pode ser o intenso cheiro de esperança
que inebria o desejar de mais querer...
ou os pés cansados... fartos, da andança,
do caminho à frente, imenso a percorrer.
Meu silêncio em teu olhar se faz criança
anda alegre, riso solto, pés descalços...
que diante do sonhar, o mundo alcança,
e procura a segurança em teus abraços.
Meu olhar deixa o silêncio e vira rima
num poema, numa letra de canção...
grita o som, baixinho canta... se anima,
fala alto o que brotar no coração.
O silêncio ganha voz na poesia,
não tem medo de falar tudo o que sente,
se embrenha em novo verso, em cantoria...
não se esconde, se levanta, segue em frente.
E o verso criador da harmonia,
no silêncio da escrita se revela,
deixa o som, deixa a cadência, a melodia,
faz da letra, a sua voz e a sua tela!!!