Notas sobre o abismo
Nessa tumba secular na qual me vejo sepultado
Antigos espíritos do vento contam-me suas histórias,
De um mundo antes do mundo
Onde em cada soleira,
Por baixo de cada porta,
Palavras vazias eram cantadas aos surdos ignorantes
Vós que temes o frio
Vós que renegas a escuridão de teus dias,
Como fuga a pensamentos insanos e doentios,
E abres mão de uma paz espacial, contemplada no mais profundo abismo dimensional
Vós que foges...
Eu que abracei tais loucuras e as fiz parte de mim
Eu que não lutei contra o tão nomeado Mal,
Eu que entendi suas suplicas e sussurros em um mundo infernal e sem sentimentos
Eu, que aqui já me vejo louco...
E nesse entardecer macabro minha mente se expande
Invade regiões do cosmos que para muitos é assustadora
E aqui vos conto esses meus dias em R'lyeh...
Úmida e gotejante...cercada pelos musgos de um mundo cego e estúpido
Que suas súplicas pretende ignorar...
E cercado de dor meu corpo dança no nada
Com golpes violentos meus braços e pernas se põe em movimento
O suor e as lágrimas já percorrem meu rosto
Tudo se tornou pesado demais...