SOU UM POBRE ESFARRAPADO!
Tenho a camisa rasgada
Não tenho gorro pró frio
E com a carteira despejada
Já não posso comprar nada
Que até vou perdendo o pio!
As calças, à meia canela
As meias cheiram a chulé
De ceroulas de flanela
Com uma mísera chinela
Calçada num magro pé!
Sem dinheiro pra sabão
Pra poder a roupa lavar
Vou vivendo em aflição
Dormindo às vezes no chão
Esperando de novo…acordar!
Chapéu roto, assim de palha
De cabelos a aparecer
Enquanto fatal canalha
Queira que vista esta tralha
Pra regelado…morrer!
Mas o pior disto tudo
Mesmo de pouca vestimenta
É que estou ficando mudo
Resmungão e até sisudo
De voz rouca…pl`a tormenta!
Rogo assim aos dirigentes
Que avaliem o meu fado
Pois como o de muitas gentes
Vivo preso por correntes
Sou um pobre…esfarrapado!