SOU UM POBRE ESFARRAPADO!

Tenho a camisa rasgada

Não tenho gorro pró frio

E com a carteira despejada

Já não posso comprar nada

Que até vou perdendo o pio!

As calças, à meia canela

As meias cheiram a chulé

De ceroulas de flanela

Com uma mísera chinela

Calçada num magro pé!

Sem dinheiro pra sabão

Pra poder a roupa lavar

Vou vivendo em aflição

Dormindo às vezes no chão

Esperando de novo…acordar!

Chapéu roto, assim de palha

De cabelos a aparecer

Enquanto fatal canalha

Queira que vista esta tralha

Pra regelado…morrer!

Mas o pior disto tudo

Mesmo de pouca vestimenta

É que estou ficando mudo

Resmungão e até sisudo

De voz rouca…pl`a tormenta!

Rogo assim aos dirigentes

Que avaliem o meu fado

Pois como o de muitas gentes

Vivo preso por correntes

Sou um pobre…esfarrapado!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 05/12/2014
Código do texto: T5059957
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