Dentro do veneno com que carregas as palavras

Dentro do veneno com que carregas as palavras

Existem estilhaços de esperanças mortas,

De ilusões já sem brilho e de sonhos fora de prazo

Dentro de ti a vontade solene e forte de dizer o inevitável

De dizer “nunca mais”

Nos teus olhos um pronuncio leve da saudade que vais ter.

No desespero das minhas palavras ritos galados em silêncios de chumbo.

E em hesitações reticentes… medo.

Dentro de mim o caos incopreencivel de saber

Que todas as virgulas em que respiras

Todas as pausas em que deixas de ser cruel e voltas a ser só tu…

Nunca mais, nunca mais as verei

O caos de saber que a memoria do que dizes será como um punhal

Na minha almofada .

Vais falando vagamente triste e destruindo-me o universo,

Queimando a luz á tua volta

Evitando-me o toque talvez á procura de respostas que não te sei dar…

Não as tenho…

Tudo o que te posso dizer, são coisas que não podem ser ditas…

Pudesse eu dizer o que precisas de ouvir

Pudesse eu ser o que tu queres ver, sentir

Mas estou preso a mim e não sei andar sobre os vidros que largas no chão

A boca sabe-me a um sangue novo mais escuro talvez..

E tu vais partindo e deixando a tua falta agarrada á sola da minha vida

A tua falta a encher a cidade a ser todas as sombras, a ser todas as caras…

A ser todo o vazio que há nas coisas…

chomanno
Enviado por chomanno em 29/05/2007
Código do texto: T505932