Quando a palavra descabela o mar.
A palavra fagulha, esgarça, extirpa,
é capaz de descabelar o mar, desfraldar a noite,
dispersar a fé.
A palavra imanta os passos, destrava o gozo,
faz os ventos fugirem da toca.
A palavra não poupa, nem falha,
seus tentáculos enlouquecem as montanhas,
faz a pele desanuviar.
A palavras orfaniza, sucateia os cheiros,
cambaleia os ossos, tapa as chaminés,
deixa a voz oca e enfarta o pensamento,
até o sempre ficar sempre.
A palavra é pároco fiel, choro sem estralo,
pouso rasante nos pelos ainda em flor.
A palavra quando se diz ancorada é falida,
quando a percebemos amotinada, já escapuliu,
quando a temos parida, encontramos seu rio.
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