Riso surrado.

Meu tempo não é algoz nem feroz

faz troça dos tombos, ri das minha ruínas,

salga cada flor que esqueci no caminho.

Meu tempo é esgarçado, engraçado,

cheio das fuligens que lacei ao longo das luas,

cheio dos mantras que tentei decorar em vão.

Meu tempo é esperado, por vezes desesperado,

quando o flagro surrupiando meus sonhos, ai dele,

quando deixo dormir em paz fico menino de novo.

Meu tempo é pasto fasto, reviro sua voz e me tenho feliz,

como guerreiro que esqueceu o caminho da caça,

como riso surrado que sairá de mim sem deixar pista.

Meu tempo é dourado, dissecado, engasgado,

cada vão da sua alma remendou um pouco de mim,

cada lastro do seu passo me fez vivo um tiquinho mais.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 04/12/2014
Reeditado em 04/12/2014
Código do texto: T5058408
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