Riso surrado.
Meu tempo não é algoz nem feroz
faz troça dos tombos, ri das minha ruínas,
salga cada flor que esqueci no caminho.
Meu tempo é esgarçado, engraçado,
cheio das fuligens que lacei ao longo das luas,
cheio dos mantras que tentei decorar em vão.
Meu tempo é esperado, por vezes desesperado,
quando o flagro surrupiando meus sonhos, ai dele,
quando deixo dormir em paz fico menino de novo.
Meu tempo é pasto fasto, reviro sua voz e me tenho feliz,
como guerreiro que esqueceu o caminho da caça,
como riso surrado que sairá de mim sem deixar pista.
Meu tempo é dourado, dissecado, engasgado,
cada vão da sua alma remendou um pouco de mim,
cada lastro do seu passo me fez vivo um tiquinho mais.
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