ESTILHAÇOS DO NADA.
Falo das coisas que não tenho e só sonho,
como pedaços de chão que espero me untar, até me lambuzar,
coisas que farei nascer, só pra tecer pra dentro de mim.
Falo das coisas que estão esperando minha vez,
como pedaços que vou juntar até virar vida,
coisas que farei sorrir, só pra trazer pra dentro de mim.
Falo das coisas que são medonhas, arriscas,
como estilhaços que vou catar do nada,
coisas que domarei sem dó, só pra aninhar pra dentro de mim.
Falo das coisas que não vejo, nem sou o cheiro,
como fagulhas de um sonho que saiu e não voltou mais,
coisas que o tempo esqueceu de regar, só pra fugir pra dentro de mim.
Falo das coisas que são meio santas, um tanto vadias,
como escassas sombras dos meus suores surrados,
coisas que vou catar dos bolsos de Deus, só pra herdar pra dentro de mim.
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