Templo
Preso num templo
Com paredes de vitrais
Meus olhos fogem
Da imagem q’me persegue
Corredores imensos
Escadas infinitas,
Colunas e tetos de vidro...
Duplos, triplos, múltiplos
De todos os lados
Espreitam a mim
Numa tentativa em vão
Corro e me escondo,
Porém todos os Outros
Correm em todas direções
Num impulso atravesso
paredes, vitrais e espelhos...
Ferem-me os cacos
Como lume de facas
Destruí o meu templo
Só resta eu Só
Ferido. Com a cabeça
Entre os joelhos.