O pano
A noite sopra éter no pano
lá fora parado, pendurado.
Bandeira de nada, manto de
ninguém, é mortalha oca
mas não vazia.
Nos corredores de suas dobras
minhas esperanças percorrem
enquanto sepultadas com ele
no firmamento, aquele o trapo
que não balança, caído, pingado,
esquecido, sobrado.