Todo amor
Todo amor.
Permanecem as pegadas sobre lençóis de pensamentos.
Teimam em não querer sair da alma.
Lembranças sobre varais ao sol escaldante.
Quintais da vida.
Roupa suja roupa maltrapilha.
Alma lavada, estendida, secada, revirada repleta de pegadas.
Permanecem os passos sobre lençóis de pensamentos.
Um pequizeiro no quintal saudade varrido.
Folhas sem vida ao chão, esperanças levadas ao vento.
Renovação da natureza luz aos olhos ao coração.
Caminham os dias transbordando em sonhos.
Ilusão.
Permanecem as lembranças sobre as luzes do esquecimento.
Sob o cântico que atravessa os muros nos quintais.
A chuva lava feridas as cicatrizes permanecem.
Permanecem as pegadas sobre lençóis de pensamentos.
Os tormentos, a casa maltratada, saudade, páginas viradas.
Esperanças rabiscadas nas paredes amores sobre redes.
O umbral da escada a sombra da sombra sobre a cadeira de balanço recostada.
Permanecem as pegadas, os sonhos, o sonhador.
Permanece a casa a varanda da casa.
E todo amor que deixou quando partiu.
Amantino Silva 07/10/2014