MALUQUEIRA

Sou doido; confesso
às vezes meu fraco; é verdade
quase tudo o que digo; na vida
é que vou bem; obrigado
pelo ouvido emprestado; no inferno
pus a queimar minha cruz; infeliz
quem caminha comigo; mentindo
a minha dor por ai; enlouqueço
até minha terapeuta; malvada
sorte a mim reservada; qualquer
dia desses não amanheço; de novo
escrevendo estas besteiras; digo
que não estou bom do juízo; cuidado
sou doido, confesso!