PESCA DE VARA
Preparei a linha e o anzol,
Samburá em caracol
Pindaíba de bambu.
Juntei aquela tralha,
Coloquei um chapéu de palha
E desci seguindo o rio Iguaçu.
Caminhei até o pesqueiro
Seguindo o mesmo roteiro,
Do meu tempo de criança.
Quando pedra e arvoredo
Que tanto me davam medo
Hoje me dão confiança.
Lancei uma linha ao mar
E comecei preparar
A linhada do caniço.
Enquanto a isca afundava,
Do samburá eu tirava,
Uma porção de ouriço.
Quebrei o caramujo
E, com o dedo todo sujo,
Engodei aquele pesqueiro.
Era como meu pai pescava
E ao meu lado contava
Causos o tempo inteiro.
Um peixe puxou a linha
Fez que vinha, não vinha,
Escondeu-se em uma toca.
Fiz várias tentativas
Pra tirá-lo da inativa
Jogando muitas minhocas.
Perdido em pensamento
Nem percebi que o vento
Mudou de direção.
A água ficou gelada
Já não pegava mais nada
Nem com isca de cação.
Recolhi tudo que tinha
Decidi cortar a linha
Que estava entocada.
Pra não ter a mão vazia
Comprei um na peixaria
Esqueci aquela chumbada.