PESCA DE VARA

Preparei a linha e o anzol,

Samburá em caracol

Pindaíba de bambu.

Juntei aquela tralha,

Coloquei um chapéu de palha

E desci seguindo o rio Iguaçu.

Caminhei até o pesqueiro

Seguindo o mesmo roteiro,

Do meu tempo de criança.

Quando pedra e arvoredo

Que tanto me davam medo

Hoje me dão confiança.

Lancei uma linha ao mar

E comecei preparar

A linhada do caniço.

Enquanto a isca afundava,

Do samburá eu tirava,

Uma porção de ouriço.

Quebrei o caramujo

E, com o dedo todo sujo,

Engodei aquele pesqueiro.

Era como meu pai pescava

E ao meu lado contava

Causos o tempo inteiro.

Um peixe puxou a linha

Fez que vinha, não vinha,

Escondeu-se em uma toca.

Fiz várias tentativas

Pra tirá-lo da inativa

Jogando muitas minhocas.

Perdido em pensamento

Nem percebi que o vento

Mudou de direção.

A água ficou gelada

Já não pegava mais nada

Nem com isca de cação.

Recolhi tudo que tinha

Decidi cortar a linha

Que estava entocada.

Pra não ter a mão vazia

Comprei um na peixaria

Esqueci aquela chumbada.

Poeta dos Mares
Enviado por Poeta dos Mares em 02/12/2014
Código do texto: T5056066
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