o princípio da incerteza

o gato de schrödinger

somos nós

todos nós

com o vidro de veneno invisível

e mesmo que o sol brilhe intensamente

estaremos sempre na escuridão

presos

perdidos

esfomeados

aleatórios

impiedosos

tão frágeis em toda a sua conectividade

magnitude de zero

e pluralidades

quem é?

quem bate na porta?

não te reconheço

mas sei quem foi...

eu me lembro do passado perfeitamente

e das consequências

entre e tome minha vida

rasque minha gravidade

eu sei que você quer

diga que eu estou linda

e fique esta noite

o que fizemos?

tudo que fomos capazes...

todos os gritos

e as risadas

os beijos

lambo tuas lágrimas

inunde meu coração

enchi teu copo

pelas memórias perdidas

e de cada gole

uma ferida

muitas noites passaram

muitas mal dormidas

eu sei o que se passa na sua mente

eu te entendo

acho que vejo o que você vê

a luta é inútil

a batalha-massacre está encerrada

eu te digo que tranquei a porta

e os demônios estão batendo

espreitando

esse medo constante, traiçoeiro

quer me tirar de perto de você

caíram umas gotas mas não choveu

hoje não choveu

não molhou meu cabelo

mas você viu

as gotas caírem nas flores

da mais alta das alturas

a mais longa das viagens

a mais absurdas das dores

no meu maior nível de lucidez

e de tudo que você não sabe também

e toda a mentira

eu seguro a sua mão

e toda a sua tremedeira vai passar

meus braços estarão a sua volta

até uma fresta de luz nos cegar

temos que acreditar

eu acho que devemos acreditar

antiquark
Enviado por antiquark em 02/12/2014
Reeditado em 08/12/2014
Código do texto: T5055657
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