Conversas paralelas
Meu coração um dia me perguntou:
Por quem esperas Óh senhora?
respondi-lhe que espero o tempo
Que venha sem saber da hora
Sem pressa, sem alento mas que venha sem demora
Meus olhos perguntaram
Por quem choras Óh senhora?
Respondi-lhe sem pressa
Que eu choro pela aurora
Que vem depressa e sorrindo, mas que a tarde vai embora
Os ouvidos assim que ouviram as respostas que dei
atentaram e perguntaram por quem ouves Óh senhora?
Eu ouço a voz da razão, aquela que sempre perdoa
Porque mais vil que seja a mentira
Ela ouve e se doa.
A boca não ficou calada e logo perguntou
Com quem falas Oh senhora?
Eu respondi com certeza
Falo a quem eu ouço, pois meus olhos vêem
O amor que nunca chega.
Meu coração se inquieta com toda a melancolia,
Ai de mim criatura carente! que se perde com as dores no peito
Se alegrando somente,
quando a saudade não está presente.
Enfim a mente que tudo ouvia calada
Alegrou-se prontamente
Me dizendo então: fique contente pois ele não tarda a demora.
"A razão do ser feliz é calar, confiar e esperar"