No pé de juá

Seu doutor não se aperrei

Pois agora vou lhe contar

O causo assucedido

Naquele pé de juá

O senhor conhece a caboca

Filha da nega sinhá?

Aquela que quando passa

Toda empinada

Só pra pirraçar

Fazendo inveja as feias

E pros homens lhe desejar

Parece que o tempo para

Só pra ela passar

O caminho vai perfumando

O chão parece um altar

E ela se rebolando

Num tem quem não queira olhar

Só que ela nem imaginava o perigo

De tanta provocação

Pois despertou o desejo

Do malvado do seu Tião

Que estava lhe esperando

Pra fazer judiação

Pegou a bela caboca

Sem ela perceber

Jogou ela no chão

Lhe vez tudo de ruim

Que um bruto pode fazer

Ainda lhe tirou a vida

Pra a caboca nunca mais ver

Só que quem faz o mal

Com o mal tem que pagar

Acharão o maldito enforcado

Ali no pé de juá

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 01/12/2014
Código do texto: T5055164
Classificação de conteúdo: seguro