O VERDE DO CORAÇÃO
Antonieta Lopes
Mal as primeiras bátegas caindo,
De chuva, encharcam a terra ressequida,
Renasce forte o verde, um verde lindo,
Um sinal de colheitas e de vida.
Verde claro ou escuro, tão bem-vindo!
Verde alface ou garrafa, à toda a brida
Montes e vales, campos vai cobrindo
E repinta os canteiros da avenida.
Se de surgir o verde não se cansa,
Nem com o passar dos ambos se extingue,
Por que deixar morrer a esperança?
Ela reponta sempre, apenas pingue
No coração, o amor, o Verde avança
E vence a seca nesse extenso ringue.