Não me peças para amar o amor!
Não falas mal do amor
porque engravidastes a flor
dos verdes dias
no jardim dos teus sonhos
O poeta não conhece
um coração em letargia
banhado de solidão
nas noites nuas de fantasias
Ao longe a cotovia pia
a fúnebre marcha da
triste sinfonia
da dor da eterna agonia
Não se administra o amor
O coração não tem feitor
Ama quem lhe convém
quem sabe não ama ninguém
Maldito seja este verbo imoral
que me fez tanto mal
com suas chagas e feridas
infectando o mel da vida!
Agora a alma chora
os invioláveis segredos
que lhe causaram tantos medo
guardados nos tabernáculo
da arca da desilusão
Recife
31/01/2005