CARNE FERIDA

Errar com um escudo ao peito permanente

Com propósito de ser sempre negativo

As mazelas nas ruas, anjos em abrigos

A perda da vida em definitivo

A lágrima produzida para sinalizar a dor

Provocado pela alma do inquisidor

O pouco recurso para entender o que há

Buscando ao seu redor o sentido da dor

A revolta e a volta potencializa a vingança

A mola que impulsiona o poder do mal

Jogando pedra no vidraça alheia

Esquecendo até de olhar o seu quintal

A unha quebrada na topada da vida

A face agredida de forma gratuita

O medo, o susto, a carne ferida

A dor da impotência diante do animal

A tristeza que mede a distância sem pena

Que afasta a esperança de uma vida plena