A arrogância do tempo**
“..covardes sátiras onde se poupa o abutre e se estraçalha a pomba...”
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Vejam o rosto tenaz deslumbrante
Sob os calcanhares de arqueiros no front
Na confusa guerra: alma e semblante...
Vejam o falso brilho do gozo na noite
Que surdo não chora ao clamor distante,
Inebriado pelo cheiro da seda ofegante;
Vejam o confronto de vidas constantes
Entre ternos, trapos, ternuras, trapaças...
No mesmo trilho de comboios errantes;
Vejam o fungo da estátua na história
No fecho do desfecho de agruras no tempo
Com rusgas no musgo da matéria na glória;
Vejam no asfalto a estátua do rei,
Pisando repicante na sombra ofendida
Sobre retalhos desumanos agonizantes;
Vejam os abutres desafinando leis
Ditando regras com acordes cansados
Que dilacera a pomba encarcerada;
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Vejo a arrogância do compasso do tempo
E suas “covardes sátiras” nos meus desalentos.