PARA O REI SE BORRAR TODO
Nosso cérebro é centelha inerte no aguardo do grito de guerra.
Dependente toda vida do slapt do chicote,
fica amorfa até ser faiscada de vez.
Então se ergue do escuro,
então se autofecunda e vira Deus.
Cérebro, escravo servil eterno,
sem voz, sem olhar, sem gozo próprio,
só faz quando seu suor tem vez.
Então pode avessar o mundo, então pode fazer o rei se borrar todo.
Mas é fraco nas próprias pernas,
é opaco nos festins que conhece.
Precisa ouvir o mantra das travessuras,
assim fica erecto de saudade, louco por um alegoria,
como a aridez do medo na diluviada final.
E assim, só assim,
mostrará seus nódulos que tanto vendara,
tanto fingira que não era nada.
Sem o pensamento de estreia,
o cérebro só desafina, só empaca, só ameça.
Sem o pensamento de estreia,
esse amontoado de nuances e folguedos,
fica amotinado em si mesmo, ilhado, falido.
Sem o pensamento de estreia,
cérebros são carcaça de desmanche,
sucata manca que não vale nada,
absurdamente nada, descaradamente nada,
infinitamente nada e nada mais.
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