DA HUMANA CONDIÇÃO * A humana condição
Das rotas dos princípios disto tudo,
emerge o verbo --- essência de água e lodo.
Das tábuas que quiseram ser um todo,
não resta nem espada, nem escudo.
O verbo, sem sentido, anestesia
a dor que prolifera e que subjuga.
Já nem sequer a mão canhestra enxuga
a lágrima que dói e tomba, fria.
Casado o desespero com a ira,
irrompe da cratera a violência
na lava da vergonha e da mentira.
Suspenso do mistério da existência,
dedillho, em desespero, a minha lira,
vergado à perdição da minha essência.
13 de Setembro de 2005.
Viana do Alentejo * Évora -Portugal