Alma cinzenta
Alma cinzenta
Trouxe-me esse medo absurdo d'algo infundado,
o despertar, manhã sem sol, sem bússola, sem identidade,
talvez um flash de vidas remotas, retorcidas,
dos falsos passos dados das ruas sem idade.
Quisera fosse transformar quimeras em poemas;
Quem dera a vida, em brumas, não exigisse tal premência
e essas angústias não viessem como meros encargos?
Quem dera a morte fosse a vez pro fim desses dilemas...
Vir ao mundo é pena, é um ato obtuso, condenável.
É o calendário, folha a folha, fato, construção dos fardos.