Casa vazia

Entra e sai dia

Dia a dia

Não se vê uma flor

Uma janela aberta

Um vaso com um gerânio

Não se ouve uma voz sequer

Nem de homem

Nem de mulher

Entra e sai dia

Dia a dia

A casa murcha como a flor

Tanta gente havia

O vento bate a janela

A porta jamais se abre

Já nem se olha mais a calçada, a fachada

A casa parece abandonada

Tem gosto e cheiro de nada

O telhado sob a chuva fina

Sequer uma criança se alegra

Aos poucos a vizinhança

Nem olha mais aquela triste casa

Vazia

Entra e sai dia

Dia a dia