Hiatos
Cansada de estar cansada
Tirei um dia de folga.
Achei que iria ficar largada,
Mas só consegui ser outorgada
Por mim mesma.
Foi um dia duro de meditação,
Pensar no futuro e não ter solução,
Aquilo que ainda vem só me maltrata
Levando-me aos remédios e psiquiatra,
Esse dia não durou nada.
Penso que talvez as férias resolvam,
Mas longínquas apenas serão hiato
Entre o que ocorre no imediato
E de forma alguma não se dissolverá, apenas se levantam
E mostram o quão pequena sou.
Meu umbigo me importa muito,
Mas nem sempre paro para pensar
No quanto ele é pequeno, nem por um minuto,
Não há tempo e não há solucionar,
Adaptação é prova de domesticação.
O umbigo dos outros me importa também,
Quero resolver o mundo trazendo todo o bem
Que falta ao mau caráter social nacional, tão deliberado,
Tudo isso só me faz manter um aglomerado
De plantinhas num pequeno jardim.
Florescer o mundo é campanha impossível,
Afinal, tudo o que é essencial é invisível,
Há muitos olhos e olhando ninguém vê.
Isto não é um cachimbo, mas é o que se lê
Quando os olhos são condicionados a não enxergar.
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