A rosa
A noite estava escura e tranquila.
Como um aviso rompendo o vento
Ouviu-se um estampilho.
Uma breve luz saiu de um cano
Sem saber exatamente o rumo,
Alojou-se num ser parado e ficou dormente
Entrou na mente de um desabrigado?
Talvez na mão de um desesperado
Ou ainda quem sabe no peito de um soldado...
O projétil frio e rápido,
Escondeu-se em uma rosa e esta apenas a sentiu
Suas pétalas se abriram e ela a escondeu.
Tão simples de entender.
Tão complexo para explicar.
A rosa tão singela perdeu uma pétala ou mais
Mas sobreviveu.
Assim melhor diria alguém,
Não foi além do ser imóvel
Mas ela também sentiu, não era a mesma
Nunca mais seria.
De tão frágil consistência
Parou o aço bruto.
Depois esperou secar e jogou-o no chão
Ele perdeu sua função,
mas ela não, fez o que sempre fazem as rosas
Desabrocham, encantam e depois secam deixando
Lindas lembranças em nossa mente.
"Na vida somos o projétil, devemos cuidar onde nos alojamos, para depois de romper um coração sensível,não deixá-lo no chão"