Intensa
Sou o que sei ser.
Sei que as vezes assusto
As vezes provoco até compaixão
Mas é que em minha forma de ser
Não sigo nem mente nem coração
Sigo minha alma rebelde
Âmago de meu ser
Sigo minha forma intensa de ser.
Não sei ser morna… ou sou fria ou sou quente
Ou não me entrego ou o faço totalmente.
Não sei me doar aos poucos
Ou de forma intermitente.
Me jogo de cabeça em mergulho profundo,
Não sei ser garoa… ou sou orvalho ou diluvio
Não sei ser escada… ou sou rampa ou sou ladeira
Não sei ser edredom… ou sou lençol ou sou cobertor
Não sei ser amiga por afinidade
Ou sou colega… ou sou amiga “de verdade”
Do tipo impossível se esquecer.
Admiro as pessoas mornas,
Mas não almejo ser como elas.
Até porque me apiedo
De sua forma morna de ser.
Texto de Marluci Brasil (respeite os direitos autorais)