A Dança do Gotejar Noturno e o Céu Molhado do Nosso Amor
No céu noturno um negror melancólico
e a chuva que respinga é o som vazio,
nostalgia reverbera em céu sem estrela
enquanto a lua é a luz prateada em obducto.
No céu noturno a lembrança d’outra vida
e a chuva que respinga é fonte, insensatez;
e a tijuca que ribomba em som de trovão
traz de volta a alma escassa, assombração.
No céu noturno o plúmbeo firmamento
e a chuva que respinga é minh’oração,
poesia titubeia no parapeito da janela
intercalando o verbo do amor e a sensação.
No céu noturno o relampejo e o corisco
e a chuva reflete um brilho desofuscado,
o verso segue o gotejar crasso intermitente
volitando em adejar límpido da minha mente.
No céu noturno o véu soturno apaixonado
e a chuva é a veste que umedece nosso amor,
o gotejar é a música dos corações apaixonados;
corações embriagados nessa dança de nós dois.