DOR-MÊNCIA
Me rasgam a garganta palavras mudas de um grito inexistente
Estou aqui, mas ausente, a olhar para os instantes acumulados
À jorrar, vômito empalavrado lavando minha imundice. Não disse.
Mudice. Não disse nada. Queria só aliviar palavras afiadas
Queria que o outro sangrasse do inominável e pudesse provar
Por um instante a minha dor-dormência de alguém maldito
Desgraçado, por estar miseravelmente acordado no fundo
do mais profundo sono, na superfície à sonhar