G O T I C U L A R Vida

Maresia deixa mar passar

por entre as fendas do penar.

É para lá que se anda... Passado, passando,

e o resto de cá só observando.

Quem dera outro dia bebericar

as gotas de vitórias que não pingam.

Tim, Tim...

Soam os cálices.

Será que daria para afastá-l os?

A plateia anseia feliz pela

gota que salta, sem falta na garganta

daquele que definhou a própria

sorte e equacionou a letra.

Deite-se em berço cravado

De pregos e sortes.

Eram quinze horas.

Verão escaldante...

Febre 40º C de intrepidez.

Morro, mato, pesco e nego.

Dá para ligar o ar?

A onde se achega,

O banhista absorto se

recusa aceitar a maré.

Brisa! Onde está você?

Penumbra de sorte é...

É ela, a morte.

Quando tudo parecia findado,

O sol se pôs atrás do oceano,

que aos poucos se lastimava pela gotícula.

Ah, que sede!

Ai veio o vento,

Soprou forte, balançou até

na fé.

Até Jó renegou, no entanto não duvidou.

Vamos para o café da manhã?

Elo, anel que circunda a fita

da água que deveria escorrer

pelas entranhas da terra,

até desembocar no mar

que se esvazia no peito.

Bate, bate pulsação,

sinal que mesmo pequena a

gota existe... resiste no tempo.

Quem precisa dele?

O sereno da madrugada acordou

o povo que tentava dormir.

Ei, o novo amanhã chegou.

Acordaram e perceberam

que tudo não passou de um pesadelo.

Quando o sol picou o meio dia

no batente da porta...

Perceberam que ainda não era

plumas de festas,

mas que já se podia colher

os paetês.

Pissssssssssiiiiiiiiiiiii...

Escutaram?

É a vida escorrendo

pelas fendas das gotas

que ainda restam.

É bonita!

Eugênio

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 25/11/2014
Código do texto: T5048354
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