À MEMÓRIA DE MEU PAI
... Pai
Foste na vida
Um cervo do tempo
Um homem valente
Que vida me deu
Quantas passagens
Nesta breve viagem
Fizeste do suor o
Pão para o filho
Teu
Um dia acolheste em
Teus braços
Uma criança inocente
Ensinastes a ela a
Missão de ser gente
Gente que sente
Gente que pensa
Gente que ri
Gente que chora
Gente que te guarda
Em terna memória
Gente que o lembra
Com ilusões benditas
Ilusões expostas a
Prova do tempo
Ilusões e chibatas
Somente lamento
Descrever-te em poema
É mais que missão
É fechar os olhos
É escuridão
É abrir os olhos e
Estontear-me de luz
Luz da infância
Luz da aliança
É tocar as plantas como
Se ali estivesse
Perder meu olhar
No tempo e
Rogar-te em prece
É uma dor tão doce
Uma lisura
É temer a Deus
Margeando
A loucura
Essa nobre homenagem
Sobre tua passagem
Aqui nesse tempo e
Como um calar dentro
De mim é ouvir
Sozinho meu próprio
Silêncio
Pai lembrar-te agora
Talvez seja tarde
Mas a bem da verdade
Mas é preciso fazer.
Pois fazê-la
É amar-te
É sentir-te
É te ouvir
É deixar uma gota
De lágrima dos
Meus olhos cair...