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ortodoxa vida

das coisas pensadas

da mesmice vivida

se eu tivesse seguido tuas pegadas

e comido da tua mesma comida

talvez estivesse agora

numa gaveta esquecida

implorando o afeto improvável

de uma reles naftalina

coisas e coisas da vida

cada coisa em seu lugar

uma história comprida

que não há como tudo considerar

tanta coisa esprimida

não ficou nada de fora

da velha arca cheia de coisa "escrivida"

pranteando o destino inevitável

de ave perante a avidez natalina

finalmente pequena vida

que tantos levam intocada

de medo da alegria vivida

bailam cegos pela casa fechada

acumulando baratas e inseticidas

tudo tão bem guardado

à prova de gente enxerida

com essa mania abominável

de insistir numa alegria canina