FLUTUALIDADE
Mas se não foi dado
asas ao homem,
foi-lhe entregue a leveza d’alma
pra alçar voos fugitivos
da realidade do chão.
Voa por dentro de si
investindo no próprio universo
onde estrelas mapeiam
os territórios do amor e suas
complexas atmosferas.
Após mil voltas na lua,
pra lampiar trevas
do medo,
plana confiscando tesouros
e bugigangas pra
pendurar em instantes
puros ou tolos
prescritos por
seus malandros desejos,
incrustando-os
na diáfana liberdade
de se fazer majestade
com a extensa envergadura
dos sonhos,
incansáveis asas
essas
que o tempo só apara
quando o céu,
de dentro do homem,
apaga.