AVENTURA

Meio a maré das palavras

eu procuro porto e cais...

Engulo as águas salgadas,

dou mil braçadas hercúleas,

para fugir aos letais,

versos que me mumifiquem;

tornem meus rastros iguais...

Aventura em que mergulho,

espelhe a minha agonia.

Neste garimpo ao desvelo,

desta ação à revelia,

sem rumo e qualquer suporte,

ao estímulo da euforia,

busco só o feliz aporte...

Porventura eu ache chão,

nalgum mundo alvissareiro,

silêncio de minha feita,

conjure o doce perdão...

Sob o abrigo de tuas asas,

minha alma encontre casa,

descanse em paz, meu tinteiro.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 24/11/2014
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