AVENTURA
Meio a maré das palavras
eu procuro porto e cais...
Engulo as águas salgadas,
dou mil braçadas hercúleas,
para fugir aos letais,
versos que me mumifiquem;
tornem meus rastros iguais...
Aventura em que mergulho,
espelhe a minha agonia.
Neste garimpo ao desvelo,
desta ação à revelia,
sem rumo e qualquer suporte,
ao estímulo da euforia,
busco só o feliz aporte...
Porventura eu ache chão,
nalgum mundo alvissareiro,
silêncio de minha feita,
conjure o doce perdão...
Sob o abrigo de tuas asas,
minha alma encontre casa,
descanse em paz, meu tinteiro.