...Preferessências...
Prefiro...
Que uma cortina se faça
Inda que de fumaça...
Que meu olhar cegue
Por momento longo ou breve,
Que minha voz emudeça
E minha memória esqueça...
Prefiro...
A cegueira no olhar,
Na boca a mordaça,
Na razão a obscuridade,
A dor do sentir,
À descrença na humanidade...
Prefiro...
A tolice dos tolos,
Dos inquietos, a inquietude
Dos maus, a maldade
Em devaneios a esmo,
À arrogância dos soberbos...
Prefiro...
O silêncio das madrugadas,
Ao pesadelo dos intranquilos...
A realidade no anonimato,
À ilusão do falso estrelato,
Do ser, a simplicidade
Ao endeusamento das vaidades...
Prefiro...
Ah, eu prefiro tantas coisas...
Coisas minhas... apenas minhas,
Eu, minha pele, nossas preferências...
Do sabonete, a fragrância
Do ser, a essência...