SEM MEDIDA
Imagem de mim,
acaso que explica essas densas nuvens que pairam e espalham sombras.
Deixei de ser,
aprendiz que sou,
caminho entre pontos.
E minha esperança era reter meus ganhos.
Porém,
como eu jamais iria a algum lugar que não me acrescentasse,
o pouco que sou me convenceu a ficar
e dizer tudo que um canto em verso e prosa pode dizer.
Não está em meus planos calar,
sou porta voz de eternos sonhos aninhados
em diversos tons que nunca descrevi,
mas que devem ser pedaços de uma crença.
Depois que eu descobri que estou só,
senti uma enorme vontade de estar em algum lugar.
Mas não estou em lugar nenhum.
Mentes que envolvem,
que criam questões,
que dilatam um presságio incalculável.
Não vou deixar de ver,
não vou deixar de ser,
ainda que só,
não vou deixar de olhar.
Aprendi a olhar.
Não vou deixar nada pra sentir em outra tarde,
quero sentir tudo agora.
Embora eu seja medida em meus pedidos de lugar e de modo,
quero um pouco de adjetivo nessa lida.
Esqueço que me vi na correnteza sem saber nadar,
mas nadei.
Esqueço que pedi um céu sobre minha cabeça
e recebi um mar sob meus pés.
Aquela que saiu de casa em noite de lua nova,
não está mais aqui...