Solidão
Em brumas, de um vento antigo,
Mascarei meus sonhos.
Buscando, a alegria dos deuses,
Silênciei minha alma.
No claro de um outono frio,
Vi, meus últimos raios sorrindo;
Para as folhas, secas, à deriva...
Um soluço, agora hirto na garganta,
Teu nome, a ressonar em mim!
Deixo clorofilar meu corpo.
Meu oxigênio, embebeda todo o ar,
Num ritual puro de vida!
Minha mente vaga, numa música única.
Entoada por milhões de anjos,
Que falam ao silêncio, que já não existo...
Minhas lágrimas secaram.
E não mais servem, de seiva para as plantas.
Abscôndito e frio, meu sexo morre de desejo,
De explodir em alegria!
Alegria, que já os deuses não têm.
E eu, nunca vou ter,
Pois me chamo,
Solidão!