Sobre Poemas e Poesias

I

Nasce um poema em meio ao barulho da rua.

Nasce um poema num banquinho de quintal.

Nasce um poema de rima seca, nua e crua.

Nasce um poema que nada diz sobre bem ou mal.

Nasce um poema na areia da praia

Nasce um poema que só fala de sol e lua.

Nasce um poema sujeito a um amor que o atraia.

Nasce um poema revestido de arte.

Nasce um poema sem eira nem beira.

Nasce um poema em qualquer parte.

II

Quero a poesia na pedra do rio.

Quero a poesia preenchendo vazio.

Quero a poesia sentado na sala de estar.

Quero a poesia voando, viajando pelo ar.

Quero a poesia comendo arroz com feijão.

Quero a poesia passando manteiga no pão.

Quero a poesia dentro do vagão do metrô.

Quero a poesia futurista, a louca, a retrô.

Quero a poesia parado no estacionamento.

Quero a poesia da brisa e do vento.

III

Ela surge no apocalipse do dia.

Ela surge no funeral do sono perdido.

Ela surge na difamada idiossincrasia.

Ela surge com nada em mente decidido.

Ela surge com alma própria inserida.

Ela surge no fio que a navalha afia.

Ela surge em segredo que ninguém desconfia.

Ela surge do silêncio do medo contida.

Ela surge inspirada e rouba beijo e desejo.

Ela surge e depois eu a leio, eu a vejo.

Paulo Henrique Frias
Enviado por Paulo Henrique Frias em 21/11/2014
Código do texto: T5043618
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