GIVE ME LOVE
GIVE ME LOVE
A marca no asfalto mostra onde está o corpo,
Marcas marrons de sangue que secou a tempo,
Faixa amarela isolando o local dessa partida.
Revejo como minha alma foi parar logo ali,
Criança bela que brincava sozinho, isolado,
Erros comuns causando o maldito perseguir.
Faltou alguém me dar amor para eu seguir,
Talvez assim aprender aceitar a ser apenas feliz.
Policiais choram na cena do assassinado enfim,
Passantes acendem velas para o corpo que esteve ali.
Revejo o passado fui isolado na sala de aula,
Criei personagens para apenas ter um pouco de amor,
Do meu corpo e dei o meu sangue para ser aceito.
Superar as falhas rasgando minha pele frágil.
Apenas quis receber o amor que me foi negado.
Na cena do assassinado todos se perguntam:
“Como foi que aconteceu tal morte hedionda?”
Puxei de meu sangue esperanças que me cobriu,
Asas efêmeras como de um anjo caído por terra,
Dançando numa convulsão em busca de amor,
Tentando tocar os corações das pessoas por perto.
Vendo casais beijando apenas por beijarem,
Brigas não falada dentro de almas tão pequenas,
Assim nasceu um fantasma querubim amaldiçoado,
Preso ao amor que a genética repeliu para longe,
Mutação de humano para um ser alado odiado.
Na cena do assassinado o ódio foi afastado pela pena,
Pena da asa da esperança de um dia ter o amor,
Mas ali na maca coberta pelo lençol em branco
Esta apenas a mutação que se chama esperança,
Quem sabe um dia ela possa ressurgir num sonhador.
André Zanarella 16-05-2013