Espinhos
Rodopiei na ganância de consumir teu pejo...
Latrocinei tua timidez e só agora sinto e vejo
Que o destempero da paixão é avião vexatório
Que escancara a decência perante o auditório
Que veste o mundo de ilusão e assassina o tudo,
Confeccionando ladainhas que não são veludo...
Deixei tua inocência num camburão de peçonha
E me percebo o larápio que contaminou teu ópio,
Cético é o anfiteatro que precisa usar microscópio
Para desvendar o endereço incógnito da vergonha...
No solo que fora ingênuo há vagões enferrujados...
Alavanquei meu senso diante de um amor proibido
E te fiz provar da maçã que descortina fogo e perigo
Que ceifam a angelitude dentre matagais floridos,
Mas que são contrabandos de arames farpados!