Espinhos

Rodopiei na ganância de consumir teu pejo...

Latrocinei tua timidez e só agora sinto e vejo

Que o destempero da paixão é avião vexatório

Que escancara a decência perante o auditório

Que veste o mundo de ilusão e assassina o tudo,

Confeccionando ladainhas que não são veludo...

Deixei tua inocência num camburão de peçonha

E me percebo o larápio que contaminou teu ópio,

Cético é o anfiteatro que precisa usar microscópio

Para desvendar o endereço incógnito da vergonha...

No solo que fora ingênuo há vagões enferrujados...

Alavanquei meu senso diante de um amor proibido

E te fiz provar da maçã que descortina fogo e perigo

Que ceifam a angelitude dentre matagais floridos,

Mas que são contrabandos de arames farpados!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 19/11/2014
Código do texto: T5041707
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